Arquidiocese de Braga -
13 abril 2025
Peregrinação da “Cruz do Brasil” quer transformar corações

DM - Jorge Oliveira
Arcebispo de Braga presidiu ao início da peregrinação jubilar na Sé Primaz
A “Cruz do Brasil”, pertencente ao Tesouro-Museu da Sé de Braga, vai percorrer várias cidades e estados brasileiros, numa peregrinação que pretende comemorar os 525 anos da primeira missa celebrada no Brasil.
A “Peregrinação da Cruz da Primeira Missa – 525 Anos - Ano Jubilar” iniciou-se ontem, dia 12 de abril, na Sé Primaz de Braga com a entrega da secular cruz metálica a uma delegação brasileira, após a celebração da Eucaristia, presidida pelo Arcebispo Metropolita de Braga.
Na homilia, D. José Cordeiro expressou o desejo de que esta peregrinação jubilar por terras de Vera Cruz, iniciada na catedral mais antiga de Portugal e no limiar da Semana Santa, possa traduzir-se no “milagre de ampliar corações” para que “tenhamos um mundo mais justo, mais belo, mais verdadeiro”.
“É para nós uma grande esperança e responsabilidade e honra partilharmos da alegria dos 525 anos da celebração da Eucaristia em território brasileiro. E celebramos convosco este duplo jubileu: os 2025 anos e os 525 anos do mesmo e único mistério, porque a Eucaristia atualiza o mistério da Cruz. A Cruz é a nossa esperança, é nela que fundamos as nossas raízes, e o mundo de hoje precisa de sinais de esperança, de pequenos gestos que transformam corações, atitudes, mentalidades”, realçou o prelado.
O cónego Omar Raposo de Sousa, reitor do Santuário Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro, transmitiu “enorme alegria e satisfação» pela peregrinação iniciar na Sé mais antiga de um país «tão lindo, privilegiado e carregado de história”.
“Esta cerimónia com a presença desta magnífica cruz e da imagem da Senhora Aparecida fortalece os laços de fé, esperança e caridade que nos unem como nação”, acrescentou.
Além do cónego Omar, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a delegação brasileira integrava deputados, representantes da Federação do Turismo do Brasil e do comité do Santuário Cristo Redentor e uma indígena Pataxó, tribo onde foi celebrada a primeira missa no Brasil pelos portugueses.
Em declarações ao Diário do Minho, Wilza Neves Silva, representante daquela etnia, não escondeu a sua alegria por estar presente neste “momento muito especial”, na Sé de Braga.
“Foi o povo Pataxó que teve o primeiro contacto com o Cristianismo no Brasil, na Costa do Descobrimento [sul do Estado da Baía]”, lembrou.
Wilza Silva referiu que a sua etnia aprecia a encíclica “Laudato si”, do Papa Francisco, por “celebrar a importância dos povos originários, alertar para a crise climática, para o cuidado a ter com a Casa Comum”.
A entrega da “Cruz do Brasil” foi oficializada com a assinatura de um documento pelo Arcebispo de Braga e pelo cónego Omar de Sousa, em representação do Arcebispo do Rio de Janeiro, numa mesa em que estavam pousadas, lado a lado, a Cruz do Brasil e a imagem da Nossa Senhora da Aparecida, trazida pela delegação brasileira, a qual tem o título de “generalíssima” e uma medalha do Papa Francisco com um pedido: “levai a paz”.
Na ocasião, o deão da Sé de Braga referiu que a “Cruz do Brasil” é um símbolo “muito importante” que o Tesouro-Museu da Sé “guarda com muito carinho” e que é muito apreciado pelos turistas brasileiros.
“Esta cruz fala-nos de um encontro de culturas, de povos, fala de pontes, fala de caminhos que um dia se cruzaram já lá vão 525 anos», disse o cónego José Paulo Abreu, expressando alegria por «esta comunhão entre os dois povos”, o de Portugal e do Brasil.
A cerimónia contou também com a presença do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.
A peregrinação, promovida pelo Santuário Cristo Redentor – Rio de Janeiro, através do Instituto Redentor, decorrerá até ao dia 28 de abril, por várias cidades e estados brasileiros. Antes de chegar ao Brasil, no dia 15 de abril, passará por Cascais e Lisboa.
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