Arquidiocese de Braga -

14 abril 2025

Semana Santa convida comunidades a encontro vivo com Cristo

Fotografia Avelino Lima

 DM - Jorge Oliveira

D. José Cordeiro presidiu à Eucaristia de Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, antecedida da bênção na igreja de S. Paulo

O Arcebispo Metropolita de Braga presidiu, ontem, ao início das solenidades da Semana Santa na cidade de Braga, primeiro com a bênção dos Ramos, na igreja de S. Paulo, e de seguida com a celebração da Missa de Domingo de Ramos, na Sé Primaz, onde à entrada foi cumprido o tradicional rito bracarense de abrir a porta com a cruz de Cristo, evocando a “Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém”.

No início da homilia, D. José Cordeiro, refletindo sobre a primeira Leitura (profeta Isaías), falou na importância de escutar e de dar uma palavra de alento aos que andam “mais abatidos”.

“A inteira Semana Santa é uma ocasião preciosa para começar de novo. Peregrinar na esperança é um caminho para um encontro vivo, pessoal e comunitário com Jesus Cristo”, disse D. José Cordeiro, convidando as centenas de fiéis presentes na Sé a deixarem-se atrair pela Cruz de Jesus.

O Arcebispo desafiou os cristãos a viverem a Semana Santa atraídos pela cruz de Jesus Cristo como “peregrinos da esperança” e comprometidos com o Evangelho e prática da Doutrina Social da Igreja.  

“A celebração da liturgia e as expressões da piedade tão popular nestes dias, em especial em Braga, encorajem e envolvam ainda mais as comunidades cristãs nos sinais da peregrinação de esperança”, pediu o Arcebispo Metropolita de Braga.  

Neste tempo propício à conversão e à renovação espiritual, os cristãos devem, assim, procurar promover “a paz, a vida, o diálogo, o perdão, a família, a dignidade no trabalho”.

Nas suas preocupações e missões diárias devem estar também “as pessoas com deficiência, os cuidados continuados, os cuidados paliativos, as vítimas de todos os abusos, os presos, os doentes, os jovens, os migrantes, os idosos, os pobres, o bem-comum”.

O Arcebispo de Braga desejou ainda que na Semana Santa as igrejas estejam de portas abertas e se “revalorize a adoração eucarística”, na cidade de Braga e na Arquidiocese, “como está pouco a pouco a acontecer”.

“Queremos que as igrejas sejam também lugares de portas abertas, não só na sua arquitetura e geografia, mas naquilo que significam da hospitalidade, a todos os que querem de coração sincero e verdadeiro seguir Jesus”, declarou D. José Cordeiro.

A celebração do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor iniciou-se com a bênção dos ramos na igreja de S. Paulo, seguida da procissão até à Sé Primaz, onde foi revivido o rito peculiar bracarense de abrir a porta da Catedral com a cruz de Cristo, numa evocação da Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém.

Na homilia,  intitulada “Folhas de Peregrinação”, o Arcebispo explicou que a passagem pela porta, com ramos de oliveira benzidos, significa a passagem do ser humano para Deus através de Jesus Cristo.

“Tem, além da sua função prática este apelo de passagem, de Páscoa, da condição de peregrinos à de contemplativos. A porta é assim uma meta, um termo de uma etapa de um compromisso de conversão: passar desta vida à vida eterna, da condição de pecador à salvação”, aprofundou.

Recordando uma reflexão do Papa Bento XVI, o Arcebispo assinalou que a “porta da fé está sempre aberta” e atravessá-la é comprometer-se com um caminho que começa com o Batismo e dura a vida inteira.

“Cristo é a passagem do ser humano para Deus, Por isso, passar a  porta da Igreja está cheio de significados e compromissos humanos, sociais, culturais, pastorais, espirituais, sinodais e missionários”, sustentou.

D. José terminou a homilia desejando que a Semana Santa seja «um grande caminho de Páscoa para toda a humanidade».

Bênção dos ramos congrega centenas de fiéis na igreja de S. Paulo

As celebrações do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor iniciaram-se na igreja de S. Paulo (Seminário) com a tradicional bênção dos ramos, presidida por D. José Cordeiro.

Centenas de fiéis, entre os quais alguns turistas nacionais e estrangeiros, participaram nesta celebração que marcou o início da Semana Santa na cidade, a caminho da Páscoa.

De realçar a presença também de algumas famílias, incluindo casais jovens que fizeram questão de levar os filhos para a bênção dos ramos de oliveira, os quais foram cedidos pela Câmara de Braga. 

Antes da bênção dos ramos, com água que evoca o Batismo, o Arcebispo destacou o sentido deste tempo litúrgico que começou na Quarta-feira de Cinzas.   

“Vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Hoje [ontem], estamos aqui reunidos para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do Mistério Pascal do Senhor, isto é, da Sua Paixão e Ressurreição”.

D. José Cordeiro explicou que foi para realizar o mistério da Sua Morte e Ressurreição que Jesus Cristo entrou na Sua cidade de Jerusalém, evocada no Domingo de Ramos, e em Braga com o rito peculiar do bater à porta na Sé.

“Recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na Cidade Santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na Sua Cruz, mereçamos um dia tomar parte na Sua Ressurreição”, disse.

De seguida, o prelado convidou os fiéis a tomarem parte na procissão de aclamação da cruz até à Sé, onde diante da porta principal foi recordada a entrada triunfal de Jesus na Cidade Santa.