Arquidiocese de Braga -

21 abril 2025

Comunicado da CEP sobre o falecimento do Papa Francisco

Fotografia Vatican Media

Comunicado CEP

É com profunda consternação que recebemos a notícia da morte, aos 88 anos, do Papa Francisco.

Em comunhão com toda a Igreja que vive, em pleno ano jubilar, este momento de luto na

esperança da ressurreição, intercedemos ao Deus da Misericórdia para que o acolha na sua comunhão eterna.

Ao longo dos 12 anos do seu ministério pastoral, o Santo Padre legou-nos um extenso manancial de gestos, palavras e atitudes, tendo particular atenção as periferias geográficas e existenciais, qual convite à permanente conversão da Igreja, na sua essência sinodal e missionária.

Acreditamos que, junto do Bom Pastor, o Papa Francisco continua a invocar a renovação de toda a Igreja, em particular neste processo sinodal por ele iniciado. O Santo Padre não nos deixa um processo acabado, mas um caminho para percorrer à luz daquilo que o Espírito Santo sopra à Igreja num tempo de inúmeros desafios. É esse caminho de graça que somos convidados a seguir, na lógica da comunhão entre todos, da missão e da transformação da Igreja.

As dioceses e todas as comunidades cristãs e religiosas em Portugal reconhecem a proximidade e o carinho que o Papa Francisco teve para connosco, expresso particularmente nas visitas que nos fez por ocasião do centenário do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e da Jornada Mundial da Juventude em 2023.

Até ao último momento, o Papa Francisco anunciou o Evangelho da ressurreição e da paz. A. Conferência Episcopal Portuguesa convida, por isso, nesta segunda-feira da Páscoa, ao toque dos sinos de todas as igrejas em sinal de luto e que se promovam momentos de oração pessoal e comunitária.

Partilhamos as palavras do cardeal Kevin Farrell pronunciadas esta manhã no anúncio da morte do Santo Padre: “Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja. Ensinou-nos a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão pelo seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, entregamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino”.

Recordamos as primeiras palavras que dirigiu após a sua eleição em 2013: “Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E agora iniciamos este caminho… da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós”.

Recordamos igualmente palavras incisivas da última homilia ontem, dia de Páscoa: “Cristo ressuscitou, está vivo! Não ficou prisioneiro da morte, já não está envolvido pelo sudário e, por isso, não podemos encerrá-lo numa bonita história para contar, não podemos fazer dele um herói do passado ou pensar nele como uma estátua colocada na sala de um museu! Pelo contrário, temos de O procurar, e, por isso, não podemos ficar parados. Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-lo na vida, procurá-lo no rosto dos irmãos, procurá-lo no dia a dia, procurá-lo em todo o lado, exceto naquele túmulo”.

Que Deus acolha o Papa Francisco no seu Coração Misericordioso!