Arquidiocese de Braga -
5 maio 2025
Na proximidade de um inesperado, mas não menos decisivo, ato eleitoral

Comissão Nacional Justiça e Paz
Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz
Na proximidade de mais um inesperado, mas não menos decisivo, ato eleitoral, a Comissão Nacional Justiça e Paz apela a que este seja um momento de renovado compromisso coletivo na efetiva construção e promoção do bem comum. De todos, cidadãs e cidadãos, eleitores e eleitos.
Vivemos um tempo incerto, de persistente injustiça e desigualdade, de subversão progressiva dos valores e da ética, de ameaça crescente à paz, pela pobreza que permanece, pela indiferença que se instala, pelo recurso imparável ao uso da força e das armas.
Mas o tempo em que vivemos é também um tempo de oportunidades, pleno de conhecimentos e recursos, de ferramentas efetivas, para combater a incerteza, a indiferença e a injustiça, para promover a inclusão, o desenvolvimento, para construir a paz. Com verdade, compromisso, vontade.
Pede-se, neste momento concreto em que coletivamente somos chamados a tomar parte ativa na construção do nosso país, que as propostas presentes, ultrapassem o imediato, os conflitos conjunturais e assumam verdadeiros, honestos e viáveis compromissos, que superem o curto prazo e tenham a ambição de um futuro de desenvolvimento sustentável.
Propostas que assumam o desafio que “todos somos chamados a cuidar da fragilidade do povo e do mundo em que vivemos” (Evangelii Gaudium), a urgência em ouvir o grito dos pobres da terra, o imperativo da dignidade humana, como determinantes da ação que é sementeira da esperança, que gera confiança neste desiderato que é a construção do bem comum.
Propostas que coloquem como desígnio prioritário o combate à pobreza, a promoção da efetiva inclusão de todos, a concretização convergente de políticas indutoras do desenvolvimento sob a égide de um julgamento ético que avalie o que é bom, que questione o que faz falta.
Propostas que façam eco do apelo do Papa Francisco na sua última mensagem: “a todos os que, no mundo, têm responsabilidades políticas para que não cedam à lógica do medo que fecha, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. Estas são as “armas” da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de semearem a morte!”
Propostas sob escrutínio, que é pedido a cada uma e a cada um, responsável por uma ativa participação cidadã, sem a qual não há projeto de sociedade que sobreviva e se consolide. Só com a efetiva participação de cada uma e cada um, é possível construir uma consciência coletiva que condicione as políticas públicas, que controle o poder político, que seja um instrumento de esperança no desenho do projeto de futuro. Só com a efetiva participação de cada uma e cada um se podem recuperar os valores que fazem parte da herança coletiva, fatores estruturantes das opções a tomar, em nome do bem comum.
Os atos eleitorais são momentos importantes de exercício da responsabilidade cidadã e da construção coletiva. Exprimem uma opção. Recusam a indiferença e não deixam para outros escolhas decisivas. Cada um faz a diferença e é, assim, agente da esperança.
Na sua última mensagem, o Papa Francisco interpela-nos “a não imobilizar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria.”
A Comissão Nacional Justiça e Paz, neste ano do Jubileu da Esperança, apela à participação de todas e de todos na construção do bem comum.
Lisboa, 02 de maio de 2025
A Comissão Nacional Justiça e Paz
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