Arquidiocese de Braga -

A comunidade paroquial de Duas Igrejas reuniu-se ontem com «alegria e profunda gratidão» para homenagear o padre Manuel da Cunha Rodrigues que celebrou 60 anos de serviço pastoral nesta paróquia do arciprestado de Vila Verde.

A celebração eucarística de ação de graças, na igreja paroquial, foi presidida pelo bispo auxiliar de Braga D. Delfim Gomes.

Estiveram presentes, entre outros convidados, a presidente da Câmara de Vila Verde, o presidente da Junta da União das Freguesias de Ribeira do Neiva, assim como as primeiras pessoas que o sacerdote batizou e casou na paróquia de Duas Igrejas e desde que foi ordenado sacerdote.

O padre Manuel da Cunha Rodrigues, de 89 anos, conta 63 anos de sacerdócio e ontem a comunidade preparou uma festa para a celebração dos 60 anos como pároco de Duas Igrejas, que ficou eternizada numa placa comemorativa numa das paredes da igreja, oferecido pela Junta de Freguesia. Durante a celebração, D. Delfim Gomes destacou a longevidade do ministério pastoral do sacerdote, referindo que «não é todos os dias» que uma comunidade de reúne para recordar e celebrar «a entrega» e o «testemunho vivo» de um presbítero. 

«60 anos de sacerdócio marcam aquele que serve e aqueles que são servidos», disse o prelado, destacando a capacidade do padre Manuel Rodrigues de fazer caminho com e entre o povo. «Damos graças a Deus por esse valor e pelo seu testemunho», acrescentou. 

D. Delfim expressou ainda um agradecimento pelo serviço do sacerdote nestes 63 anos, em nome do Arcebispo Metropolita, que não esteve presente por se encontrar no Jubileu dos Jovens.

Na reflexão que fez, a partir das Leituras do dia, o prelado explicou que a nossa vida não se resume à passagem terrena que está cheia de «imperfeições, ilusões e vaidades», mas abre-nos caminho para outra dimensão.

«A nossa vida não tem somente essa porta de saída, tem a porta de entrada da vida eterna com Deus e os que nos precederam na fé», disse, desafiando a  «olhar para o outro como um irmão de caminhada, de jornada» e com ele, num espírito fraternal, participar na construção de uma sociedade  «de amor, de paz e de bem».

No final da missa, o padre Manuel da Cunha Rodrigues agradeceu a presença do bispo bem como a participação de toda a assembleia nesta celebração evocativa dos seus 60 anos como pastor de Duas Igrejas. 

«Realmente é raro um padre estar 60 anos à frente de uma paróquia; eu alegro-me por estar numa comunidade colaboradora», disse o sacerdote.

Lembrou que quando chegou pela primeira vez a Duas Igrejas, em 1965, contou de imediato com o apoio da comunidade para restaurar a residência paroquial, e depois para as obras da igreja que necessitava de obras. Graças à perspicácia do sacerdote foi possível restituir à igreja as pinturas primitivas do teto, de beleza apreciável.

Foram também restaurados os altares e colunas, do século XVIII, criadas melhores condições para a catequese, e mais tarde construída uma residência paroquial nova.

«Eu não fiz nada, tenho sido apenas um guia. As coisas fizeram-se com a colaboração de todos», afirmou o padre Manuel.

Para a paróquia, o padre Manuel Rodrigues «foi um verdadeiro revolucionário» na forma como liderou as obras e conduziu o povo de Deus. «Foi o mestre, o condutor, o mentor de obras físicas e espirituais na paróquia, com a colaboração da comunidade», resumiu um dos paroquianos.