Arquidiocese de Braga -

29 outubro 2025

Sacerdotes da Arquidiocese de Braga refletiram sobre Estatuto Económico do Clero

Fotografia DM

DACS com DM - José Carlos Ferreira

Reunidos na 3.ª Assembleia do Clero de Braga, os sacerdotes refletiram ontem e apresentaram as suas proposta para o Estatuto Económico do Clero. Ao Diário do Minho, o Arcebispo Metropolita de Braga explicou que, depois da formação inicial e do acompanhamento do presbitério, temas que estiveram em foco nas duas primeiras assembleias do clero, esta é «a continuidade do processo em que juntos estamos envolvidos neste caminho de Páscoa, ao serviço da Igreja que peregrina aqui na Arquidiocese de Braga e, em concreto, neste caso, com o presbitério».

D. José Cordeiro reconhece que este é um dos «temas mais delicados» e que não é a primeira vez que ele é abordado. «Tentado já várias vezes aqui,  nós vamos fazer mais essa aproximação, para esta inquietação do serviço integral para a missão que nos é confiada aqui na Arquidiocese, porque algumas dioceses, sobretudo do Sul e Centro, já têm este Estatuto Económico. As dioceses do Norte têm tido mais dificuldade, e é mais um passo que damos», disse.  Para o prelado, sem a compreensão do todo humano, pastoral e espiritual, é difícil perceber o Estatuto Económico do Clero, na medida em que «poderá parecer como um funcionário». «O sentido é de viver a vida condigna no tempo de hoje, como sempre aconteceu na história da Igreja, aquilo que se chama a congrua sustentação do clero. Viver com dignidade. Até agora tem-se vivido muito da generosidade dos fiéis, e assim é, mas agora como conciliar isso com os novos desafios dos tempos de hoje e a criação do fundo paroquial, dentro também daquele registo que este caminho sinodal nos leva, que é da transparência, da prestação de contas, da avaliação. É aqui que se situa, não é algo separado do Ministério no seu todo, mas é parte integrante», explicou.

As propostas recolhidas ontem nesta terceira Assembleia do Clero vão agora ser levadas ao Conselho Presbiteral, para serem tomadas decisões julgadas necessárias e oportunas. 

Questionado sobre o que é que implicará o novo Estatuto Económico do Clero, D. José Cordeiro apontou desde logo a reconfiguração Pastoral da Arquidiocese. «Nós antes tínhamos mais padres do que paróquias, agora temos mais paróquias do que padres, e a reconfiguração das mesmas e também a compreensão dos bens económicos, porque sem dinheiro também não há missão, não é? Mas é com a justa compreensão dos mesmos e criando uma maior justiça e equidade em todo o presbitério, porque há lugares, pelo despovoamento, por diversas circunstâncias, que poderão já não ter essa capacidade de resposta e, portanto, é preciso encontrar outras equações, outros mecanismos para podermos responder àquilo que todos querem e desejam também, a começar pelas próprias comunidades, o povo santo de Deus, que os seus presbíteros, os seus pastores, vivam condignamente, mas com uma arrumação maior da vida económica das comunidades», salientou D. José Cordeiro.