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DACS | 31 Jan 2020
Esposende: Visitas Pastorais procuram "Igreja unida"
D. Jorge Ortiga e D. Nuno Almeida publicaram documento preparatório que pretende ajudar a Igreja a ser mais "unida, sinodal, missionária e semeadora de esperança"
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Decorre hoje no Arciprestado de Esposende o primeiro encontro de preparação para as Visitas Pastorais do Arciprestado.

De acordo com o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, e o o Bispo Auxiliar, D. Nuno Almeida, esta sessão tem como objectivo apresentar a visita pastoral ao serviço do modelo pastoral comunitário-missionário e apontar caminhos em ordem a comunidades mais fraternas e unidas.

Desta forma, além deste encontro, presidido pelo Arcebispo e pelo Bispo Auxiliar, haverá mais dois: um segundo orientado pelo Pe. Tiago Freitas, com o tema "Como alargar a corresponsabilidade ou sinodalidade?", e um terceiro, ministrado pelo Pe. Jorge Vilaça e intitulado "Como aperfeiçoar os caminhos da missão?".

Sobre a sessão de hoje, os prelados explicam num documento preparatório que é necessário passar da herança e tradição a uma renovação personalizada, que incite a comunidade de crentes a sentir-se enviada e capaz de transformar o mundo ao seu redor.

"Passaram de facto os tempos em que os sinos tocavam e o altar fazia o resto. Eram tempos de contornos definidos e estáveis em que era percebida uma fé sociológica, vivida à sombra dos campanários. Tornou-se necessário passar de uma fé sociológica a uma fé pessoal, de uma fé recebida, protegida pelo ambiente religioso envolvente, a uma fé refletida, afirmada contra a tendência cultural dominante", afirmam os responsáveis.

O referido documento faz uma análise histórico-sociológica da Igreja e aponta o modelo comunitário/missionário como essencial numa crescente cultura de mudança e de pluralismo, afirmando ao mesmo tempo que já não é possível ser-se Igreja através de "uma pirâmide de autoridade" em que as decisões, por vezes, são tomadas com desconhecimento da realidade.

Para os dois Bispos é, então, impreterível estar no terreno, ser uma verdadeira "Igreja em saída". Assim sendo, a Visita Pastoral não terá como foco os prelados ou mesmo os párocos, mas concentrar-se-á em "acolher Jesus Cristo e o seu Evangelho no coração" e em todas as realidades em que o ser humano habita.

"Para que Cristo seja encontrável, audível e tangível, a primeira e fundamental condição é estarmos unidos e em comunhão. Comunhão é unidade na diversidade e diversidade na unidade que torna possível a presença de Jesus Ressuscitado em nós e entre nós, envolvendo-nos no amor trinitário. A força do Espírito Santo torna possível a presença viva de Jesus como companheiro, conterrâneo o contemporâneo", sublinham os prelados.

D. Jorge Ortiga e D. Nuno Almeida apelam ainda a comunidades cristãs com leigos comprometidos "na sua missão profética, de verdadeiros interlocutores com as pessoas que vivem nos diversos ambientes da sociedade", leigos que consigam ser líderes capazes de animar e guiar pequenos grupos, sejam de catequese, Semeadores de Esperança ou outros.

A "Liturgia: Centro e Fonte da Vida Cristã" é outro dos aspectos enfatizados pelos Bispos, já que tipifica a identidade do cristão e a identidade da Igreja encontra nela um referencial.

"A pastoral Litúrgica tem de dar absoluta prioridade ao Domingo e à Eucaristia dominical. Despertar a comoção pela beleza da celebração. Vai nesse sentido a formação e acompanhamento dos grupos corais, do grupo de leitores e do grupo de acólitos", pode ler-se no documento.

A diaconia também não é esquecida e D. Nuno e D. Jorge explicam que este modelo comunitário-missionário só é possível concretizar-se através de serviço concreto e testemunho, já que, sem promoção humana e solidariedade social, não é possível haver pastoral alguma que possa ser chamada de social.

"A pastoral Social deve oferecer um lugar privilegiado aos pobres na comunidade e ao imperativo evangélico de cuidar a fragilidade. O mundo da pobreza (carência de bens essenciais e materiais) e das novas pobrezas (solidão, dependências, doença, luto, separação conjugal, ignorância religiosa, exclusão social, etc.) reclama a atenção de uma comunidade “pobre de meios, mas rica no amor”. Os grupos paroquiais ligados à pastoral sociocaritativa não podem ser marginais, na organização pastoral da comunidade, mas parte integrante da missão da Igreja, a quem cabe o serviço da Caridade e não apenas o da Palavra e da Liturgia", referem.

Como não poderia deixar de ser, a família tem também um lugar de destaque no documento elaborado pelos dois Bispos, que a apontam como "motor da pastoral" e a ela se referem como "tempo e lugar de Jesus Cristo".

"A família é “placa giratória” de toda a ação humana e, também, eclesial. Da família nasce a vida e nela se configura a evolução da vida (infância, adolescência, juventude); na continuidade da família se assegura a sabedoria que persiste e dá sentido, no meio de tudo o que progride e é passageiro", escrevem.

Lembrando o Sínodo dos Jovens, em 2018, D. Jorge e D. Nuno salientam que a promoção de uma cultura vocacional é fundamental em todas as dimensões humanas, sendo que também existe claramente uma urgência no despertar de vocações sacerdotais. Para tal, as paróquias deverão apoiar ou criar "um ou mais grupos de jovens e formar os seus líderes". A formação de líderes (jovens e adultos) é, aliás, outro aspecto que encontra relevância no documento.

Os prelados sublinham, em jeito de conclusão, que é preciso muito mais do que imaginação para fazer pastoral, sendo esta uma tarefa que diz respeito a todos.

"A pastoral tem de arrancar do concreto da comunidade; passar da observação ao projeto; tem que ser atual (num tempo que seja o seu); tem que ser abertura ao dado humano sem deixar de ser memória do dom divino (sendo, como é, testemunho de salvação). Atitude pastoral exige: observar, discernir, decidir, implementar, organizar, coordenar, avaliar, e sempre recomeçar", apontam.

D. Jorge Ortiga e D. Nuno Almeida esperam que a Visita Pastoral seja uma "ocasião de revisão e aprofundamento da vida de cada paróquia", de forma a que se consiga também solidificar a cooperação entre as paróquias vizinhas, modelo que parece ser cada vez mais urgente. A comunicação também não é esquecida pelos dois Bispos, que sonham ser possível criar-se pequenas células que, também neste campo, sejam capazes de aproveitar as oportunidades que o mundo digital oferece.

"Queremos ser discípulos-missionários de Jesus Cristo, felizes, fiéis, fiáveis e semeadores de esperança! Percorramos os caminhos da missão, procurando contribuir para resolver os enormes problemas que as pessoas e as famílias têm de enfrentar na atualidade, ajudando-as a encontrar um projeto de vida feliz. Jesus Cristo quer continuar, através da Igreja, a partilhar amorosamente e até ao fim a nossa vida, mostrando-nos a riqueza do nosso coração, ensinando-nos a amar e a abrir os nossos os olhos para a luz", concluem os Bispos.

O documento elaborado pelos dois Bispos pode ser consultado no anexo abaixo desta notícia.

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