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DACS | 3 Jan 2022
D. Jorge Ortiga: “O meu episcopado pode ser classificado pela proximidade das pessoas”
Entrevista do Diário do Minho a D. Jorge Ortiga é transmitida hoje, às 18h00, em simultâneo nas páginas de Facebook e Youtube do DM e da Arquidiocese.
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  © Avelino Lima / DM

Foi hoje publicada no Diário do Minho uma entrevista a D. Jorge Ortiga, Administrador Apostólico da Arquidiocese de Braga, que aborda os 34 anos de episcopado. D. Jorge Ortiga começou por dizer que, apesar de a nomeação como Bispo há mais de três décadas ter sido inesperada, foi acolhida com alegria.

“Tenho que confessar que encontrei a minha força e a minha coragem no lema de vida que escolhi. Eu escolhi para lema do meu episcopado "Que todos Sejam Um", isto é, que o trabalho não é meu, tem de ser de todos; é um trabalho em que cada um faz a sua parte, e, ao fazer a sua parte, nos integramos na unidade e na comunhão”, explicou aos jornalistas Francisco de Assis e José Carlos Ferreira, que conduziram a entrevista.

O Administrador Apostólico defendeu um trabalho de “continuidade” a partir da Arquidiocese no tempo de D. Eurico Dias Nogueira e explicou que a tónica social característica do seu episcopado começou bem cedo, no seu primeiro ano de vida pastoral em S. Victor. 

“Hoje a cidade de Braga é uma coisa, naquele tempo, a cidade de Braga era outra completamente diferente, com ruas onde viviam multidões de pessoas, com problemas familiares muito graves. Tínhamos algumas ruas que eram efetivamente muito problemáticas”, lembrou.

D. Jorge Ortiga recordou a iniciativa do Monsenhor José Augusto Ferreira da Silva, que na altura providenciava “a sopa ao meio dia” e também se “preocupava com ocupação dos tempos livres, com filmes organizados aos sábados e domingos quase gratuitos”.

À época, o Administrador Apostólico considerava-se também Capelão do Albergue, uma instituição para onde eram encaminhadas pessoas em situação de sem-abrigo pela PSP. Quando essas pessoas faleciam, D. Jorge Ortiga celebrava os funerais, muitas vezes apenas na companhia de um funcionário da funerária e um agente da PSP.

“São situações que me marcaram e me chamaram a atenção para esta sociedade desigual, para esta sociedade de Braga que já queria ser grande naquela altura, mas que tinha muitos contrastes, muitas diferenças que hoje ainda continua a ter”, alertou.

Afirmando que a sua primeira preocupação continua a ser com as pessoas que se encontram em solidão e isolamento, D. Jorge Ortiga considera que a Igreja “tem feito a sua parte” para as ajudar, mas ainda pode fazer mais.

“Na parte social eu acho que nós temos ainda mais para fazer. Ainda há pouco tempo fizemos um protocolo com a Associação Quatro Corações para começar a dar mais refeições ao meio dia. Neste momento, são cerca de 300 refeições que são dadas”, indicou, lembrando também a iniciativa “Pão de Lázaro”, que fornece diariamente o pequeno-almoço a quem mais precisa.

O Administrador Apostólico afirmou que, actualmente e felizmente, muitas tarefas que anteriormente eram apenas desempenhadas pela Igreja, são partilhadas com autarquias e associações, mas sublinhou a necessidade de uma maior articulação entre todos os envolvidos para que possam chegar a mais pessoas.

D. Jorge Ortiga lembrou ainda o trabalho realizado em seis anos na Conferência Episcopal Portuguesa e elogiou os mais recentes planos pastorais da Arquidiocese, “muito actuais” e sempre com a preocupação de enquadrarem os problemas sociais.

“A Doutrina Cristã não é apenas uma teoria, é uma vida. É uma vida de fraternidade, é uma vida de igualdade. Portanto, é preciso fazer uma denúncia de certas situações, e é aqui que pode entrar essa referência à realidade nacional, mas procurando olhar para as nossas paróquias concretamente e para a responsabilidade que temos. Por exemplo, de olharmos para as feridas que existem e de encontrarmos remédios e soluções para essas feridas. Isto é válido para todo o país”, explicou, acrescentando que a voz dos Bispos em Portugal por vezes poderá ser incómoda para o poder instituído.

O responsável lembrou também o empenho da Arquidiocese em temáticas como a ecologia, voltando a dizer que há sempre mais a fazer. As nomeações e o movimento eclesiástico foram outro assunto abordado durante a entrevista e que D. Jorge considera como sendo pacífico, tendo o seu lema episcopal para tal contribuído. 

“Creio que o meu episcopado pode ser classificado pela proximidade das pessoas. Não me senti muito bispo de palácio. Andei mais fora do eu dentro, mais em contacto com as pessoas, incluindo com os padres. Não fugi às pessoas”, sublinhou.

Durante a entrevista foi abordado o trabalho da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese, que surge para dar resposta a um problema que “envergonha” a Igreja e para o qual, segundo o Administrador Apostólico, há “tolerância zero”.

D. Jorge Ortiga espera que a Arquidiocese de Braga continue a sua “renovação inadiável” e acredita que a comunicação social – como o Diário do Minho – possa dar um contributo precioso. A aposta da Arquidiocese na Cultura, nos órgãos colegiais e o Acordo de Cooperação Missionária entre Braga e Pemba também não foram esquecidos.

O Administrador Apostólico explicou ainda que recebeu a nomeação de D. José Cordeiro como Arcebispo de Braga com muita alegria.

“Conheço-o há muito tempo. Na Conferência Episcopal somos amigos de todos. Mas há uns que somos mais próximos, que nos ligam laços afetivos. No caso concreto, essa amizade esses laços afetivos e de amizade existem. Já o conhecia muitíssimo bem, mesmo antes de ser ele ser bispo”, explicou.

O Administrador Apostólico espera tirar alguns dias para descansar depois da tomada de posse do Arcebispo eleito, mas depois deseja continuar a ser útil à Arquidiocese, sem se “intrometer em absolutamente nada na governação e orientação”. E deixa uma palavra a todos os Arquidiocesanos: a sua porta estará sempre aberta.

“Se efetivamente não tiver ninguém, pois que não hesite, que bata à porta da Igreja. E se quiser bater à porta onde eu vou residir, não sei ainda onde vai ser, vai ter um amigo. A ajuda não é só dar dinheiro. Mas para ouvir, escutar uma palavra amiga”, defendeu. 

A entrevista a D. Jorge Ortiga é transmitida hoje, às 18h00, em simultâneo nas páginas de Facebook e Youtube do Diário do Minho e da Arquidiocese.

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