Arquidiocese de Braga -

Vídeo: DACS | Fotografia: Ana Pinheiro

Apesar das baixas temperaturas, milhares de bracarenses, visitantes e estrangeiros encheram completamente as ruas de Braga, para presenciaram o desfile das Obras de Misericórdia e dos muitos  figurados que antecederam a apoteose passagem do andor do "Ecce Homo"– Jesus flagelado e coroado de espinhos – transportado pela Irmandade da Misericórdia, depois ter sido apresentado à multidão, que gritava pela sua condenação à morte.

Presidida pelo novo Bispo auxiliar D. Nuno Almeida e promovida pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Braga, a procissão tem o nome de “Ecce Homo”, precisamente pelo facto de nele ser levada a imagem de Jesus Cristo tal como foi apresentado à multidão por Pilatos, após «lavar as mãos do sangue desse Justo». “Ecce Homo” (Eis o Homem). disse o procurador romano aos judeus, que não se comoveram e pediram que Ele fosse crucificado.

E ontem uma nova multidão, dividida entre o silêncio dos crentes e a admiração dos demais forasteiros, aguardou pela passagem do andor do Senhor da Cana Verde, transportado pelos irmãos da irmandade da Misericórdia, que centralizou as atenções de todos. O cortejo solene abria ao ritmo do trote dos cavalos da GNR, que abriam caminho nas apinhadas ruas do “coração” de Braga, seguido pelo desfile dos farricocos com suas matracas, seguidos pelos fogaréus. 

O corpo da procissão era assumido por muitas dezenas de irmãos da Misericórdia de Braga e das diversas Santas Casas de toda a região, seguidos por mais de uma centena de figurados (anjinhos) e por dezenas de seminaristas, que integraram o desfile, antes da chamada ao respeitoso silêncio, pelo ritmo compassado da passgaem do andor, onde Jesus era transportado com as mãos atadas, como um condenado a caminho do Calvário.

Além de muitas figuras alegóricas da Ceia e do julgamento de Jesus, desde 2004 incorporam a procissão alegorias das catorze Obras de Misericórdia, bem como figuras históricas ligadas à fundação e à história das Misericórdias portuguesas, especialmente à de Braga. Desde há alguns anos incorporam-se também várias Irmandades da Misericórdia de diversos pontos do país.