Arquidiocese de Braga -

21 novembro 2016

P. Carlos Carneiro: "A Igreja precisa de ser mais família"

Fotografia

DACS

A tertúlia decorreu no Museu dos Biscainhos, em Braga.

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O Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar realizou, no dia 11 de Novembro, uma tertúlia que visou discutir e aprofundar a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “A Alegria do Amor”. O orador foi o P. Carlos Carneiro, que numa conversa informal com o público, falou de várias questões abordadas pela exortação.

Para o sacerdote, a exortação “não fala exclusivamente do amor na família, fala no amor na sua generalidade”. Trata-se de uma proposta para tratar de vários assuntos, não sendo uma “questão de ser a favor ou contra”.

Como ideia principal, o orador destacou o facto de a Igreja precisar de valorizar “muito mais a consciência de cada um como instância avaliadora da sua própria verdade”. Referiu ainda que é possível perceber uma determinada lógica do Papa Francisco. “Primeiro, o Papa escreve uma exortação sobre a Igreja, «A Alegria do Evangelho», depois escreve uma sobre o planeta, em que nos manda cuidar do mundo, e depois vem «A Alegria do Amor». Também já sabemos que daqui a dois anos haverá um novo Sínodo e um novo texto sobre a juventude, a fé e a vocação. São peças de um puzzle que se vão articulando”.

O P. Carlos Carneiro salientou que neste último Sínodo, o Papa respeitou ao detalhe todas as conclusões e “abdicou da sua própria opinião em alguns temas”.

“Esta exortação pode tornar-se um guia prático para as famílias, não se trata de uma consulta de especialistas, trata-se de um livro para o «bem da Igreja». Para além de falar da família, fala da vocação de cada um na família”, acrescentou o sacerdote.

Tendo como base a analogia do pai e da mãe, adiantou ainda que a Igreja tem de ser como uma família. Para isso, os Bispos terão de agir como um pai e uma mãe e assumir “as dores de barriga dos filhos”.

“É muito mais que uma proposta, é uma bússola para a vida afectiva e amorosa. A família é um bem precioso que tem de se saber estruturar”, explicou. 

O conferencista adiantou ainda que “a regra não chega”, sendo também necessário o amor, já que a família tem de ser muito mais do que uma instituição em que tudo funciona: é chamada a ser mais do que isso.

“A Igreja é a única entidade institucional e carismática presente em todos os continentes, em todas as situações, de porta aberta para todas as pessoas. Não há nada de equiparável a esta instituição que quer estar ao serviço das pessoas. A Igreja é convidada a ser divulgadora de forma global do evangelho mas, para além disso, tem de ser para cada um e para cada caso… O que é também um convite para os católicos deixarem de ser espectadores e passarem a ser actores”, concluiu.

Pode ver aqui o vídeo da conferência na íntegra.