Arquidiocese de Braga -

6 maio 2021

Faz a Primeira Comunhão, supera obstáculos e dá esperança aos outros

Fotografia CNS

DACS com Catholic News Service

Carson tem uma doença mitocondrial genética que o impede de consumir alimentos e bebidas por via oral.

\n

Carson Crosby, um estudante da Escola Católica Santo António, em Columbus, que fez a sua Primeira Comunhão nesta Primavera, enfrentou um desafio único.

Carson tem uma doença mitocondrial genética que o impede de consumir alimentos e bebidas por via oral. Desde bebé que recebe todos os nutrientes necessários através de um tubo de alimentação, mas a Igreja Católica não permite que a Eucaristia seja recebida dessa forma.

A 24 de Abril, recebeu o sacramento pela primeira vez, juntamente com o resto da turma. Uma fracção da hóstia foi dissolvida numa pequena quantidade de água destilada, que Carson foi capaz de tolerar.

“Sempre soube que este seria um aspecto de debate”, disse a mãe, Jenna Crosby.

As conversas da família levaram a discussões teológicas que resultaram num aprofundamento da fé e no desejo de Carson de receber a Eucaristia.

“Ele realmente faz algumas perguntas difíceis sobre a fé”, disse Jenna ao The Catholic Lighthouse, o jornal da Diocese de Victoria.

A família discutiu a questão com líderes da Diocese de Victoria, incluindo o bispo Brendan J. Cahill, e também falou com Charleen Katra, director executivo da National Catholic Partnership on Disability, antes de propor a solução para a hóstia dissolvida.

O padre Augustine Asante, pároco de Santo António, preparou a hóstia para Carson com antecedência e seguirá a mesma prática sempre que a criança participar na eucaristia da paróquia.

“Deus irá usá-lo para tocar o coração de outras pessoas. Ele é exactamente da forma que Deus pretendia que fosse e temos que nos certificar de que a sua jornada de fé é tão alegre quanto a tua ou a minha”, afirmou Charleen Katra.

A National Catholic Partnership on Disability dedica-se, entre outras coisas, a ensinar comunidades católicas a ajudar as pessoas com deficiência a terem uma participação significativa na missa e nos restantes sacramentos.

Katra disse que as pessoas com necessidades diferentes geralmente não estão suficientemente representadas e o seu gabinete está a trabalhar para mudar isso. O grupo faz avaliações e apresentações em inglês e espanhol em todo o país para ajudar as paróquias a serem mais inclusivas não apenas em relação aos que têm limitações físicas, mas também com pessoas com autismo e doenças mentais.

Christella Alvarez, do Escritório do Ministério Catequético da Diocese de Victoria, disse que as “Directrizes para a Celebração dos Sacramentos por Pessoas com Deficiência” diz que os católicos que precisam de alimentação por tubos de alimentação são encorajados a receber a sagrada Comunhão, como todos os fiéis católicos.

Alvarez disse ainda que a “norma de receber a comunhão pela boca permanece a mesma para os que não usam um tubo de alimentação e a sagrada Comunhão não deve ser administrada através do tubo de alimentação”.

Jenna disse que enquanto se preparavam para a Primeira Comunhão, Carson ficou menos ansioso e feliz por poder receber a Eucaristia de uma maneira diferente. Mas, acrescentou, a criança é muito empática e “em sintonia com as coisas”, havendo também vários momentos de apreensão para Carson e sua família.

A mãe disse que Alvarez trabalhou com ela na tentativa de descobrir quais eram os protocolos, que “realmente ninguém  sabia", acrescentou.

Depois da eucaristia da Primeira Comunhão, Carson disse ser fácil consumir a Eucaristia da forma como foi ministrada. A sua oração antes de dormir naquela noite, disse Jenna, foi: “Sou grato a Jesus por ter sido capaz de receber a minha Primeira Comunhão e mudar a forma como as pessoas como eu podem receber a comunhão”.

Jenna disse que sabe que Carson é uma bênção especial e que a sua história abençoará outras pessoas.

“A vida dele tem sido muito diferente e é muito diferente”, afirmou, descrevendo-o como alguém que ensina os outros a valorizar o que têm.

“O meu filho mudou completamente a trajectória das nossas vidas. Estou muito mais forte na minha fé”, disse Jenna, elogiando também a Escola Santo António por abrir os braços a Carson. A sua doença significa que ele tem sempre que ter um acompanhante com ele na escola para se poder alimentar.

Jenna também frequentou a escola em criança. Recentemente, Jenna e o marido mudaram-se de volta para a zona onde se situa a escola, mesmo a tempo de Carson começar a estudar lá.

“Eu sabia que Santo António era o lugar em que ele precisava de estar. A escola tem-no acolhido muito. Carson acabou por prosperar lá”, afirmou.

 

Artigo de Catholic News Service, publicado a 5 de Maio de 2021.