Arquidiocese de Braga -

21 junho 2021

Papa recebe grupo de 20 reclusos de uma prisão de Roma

Fotografia Vatican News

DACS com Vida Nueva Digital

“Cada vez que vou a uma prisão, pergunto-me: porquê eles e não eu?”, costuma comentar Francisco quando vai a um centro de detenção, como tem feito nas suas viagens à América Latina.

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O Papa Francisco continua a desdobrar-se em gestos para com os presos. O último aconteceu esta manhã, quando recebeu na Casa Santa Marta, a residência vaticana onde vive, cerca de 20 reclusos da prisão romana de Rebibbia. Estavam acompanhados pela directora, Annamaria Trapazzo, o capelão e alguns funcionários da prisão. Em seguida, o grupo fez uma visita aos Museus do Vaticano, segundo o que adiantou a Sala de Imprensa da Santa Sé num breve comunicado.

Nos seus oito anos de pontificado, Jorge Mario Bergoglio fez numerosas visitas a prisões e conseguiu em várias ocasiões chamar a atenção internacional para a situação dos reclusos. Na Via Crucis da Semana Santa de 2020, por exemplo, as meditações foram escritas por um grupo de presidiários da prisão de Pádua (norte da Itália).

Havia também uma família vítima de assassinato, a filha de um condenado a prisão perpétua, um educador, um juiz de liberdade condicional, a mãe de um prisioneiro, um catequista, um padre injustamente acusado, um frade voluntário e um polícia. Na sua primeira Semana Santa como Papa, Bergoglio presidiu à Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa numa prisão romana para menores, a de Casal del Marmo. Até à eclosão da pandemia, continuou com esse costume que já tinha quando era Arcebispo de Buenos Aires, celebrando sempre essa cerimónia com presidiários, migrantes ou refugiados.

 

"Reclusão não é o mesmo que exclusão"

Durante as suas viagens aos países da América Latina, Francisco tentou sempre incluir uma visita a uma prisão. “Cada vez que vou a uma prisão, pergunto-me: porquê eles e não eu?”, costuma comentar nesses encontros. Entre as suas visitas, destaca-se a que fez ao centro de reabilitação boliviano de Palmasola, uma das maiores prisões da América Latina e onde os ireclusos vivem num regime de autogestão quase à margem do Estado.

Nesta prisão com capacidade para 600 reclusos, mas que alberga cerca de 5 mil e onde são frequentes os motins violentos, garantiu que a “reclusão não é o mesmo que a exclusão, porque a reclusão faz parte de um processo de reinserção na sociedade”.

Artigo de Darío Menor, publicado em Vida Nueva Digital a 21 de Junho de 2021.