Arquidiocese de Braga -

16 novembro 2021

Francisco critica “construção de muros” perante refugiados

Fotografia EPA

DACS com Agência Ecclesia

O líder da Igreja Católica assinala que, em muitos casos, a decisão de deixar a própria terra não representa uma “verdadeira libertação”, com muitos refugiados a encontrarem “um deserto de humanidade”.

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O Papa Francisco criticou a “construção de muros” e um “regresso ao passado” na gestão da chegada de refugiados às fronteiras de países europeus.

Numa mensagem por ocasião do 40.°aniversário do Centro Astalli, do Serviço Jesuíta aos Refugiados na Itália, Francisco referiu que as últimas décadas deram sinais de um “regresso ao passado”, com um reacender de conflitos em diversas partes do mundo, “nacionalismos e populismos” a reaparecer em “diversas latitudes”. Um contexto em que, para o Papa, “a construção de muros e a devolução dos migrantes para lugares não seguros aparecem como única solução da qual os governos são capazes para gerir a mobilidade humana”.

O líder da Igreja Católica assinala que, em muitos casos, a decisão de deixar a própria terra não representa uma “verdadeira libertação”, com muitos refugiados a encontrarem “um deserto de humanidade, uma indiferença que se tornou global e que mostra a aridez das relações entre as pessoas”.

Na mensagem, Francisco identifica, apesar de tudo, sinais de “esperança” nas últimas décadas, que permitem pensar num futuro mais justo e numa vida “plena e feliz”.

O Papa elogiou quem trabalha e trabalhou no Centro Astalli ao longo destes 40 anos, “milhares de pessoas que são muito diferentes umas das outras, mas unidas pelo desejo de um mundo mais justo no qual a dignidade e os direitos pertençam verdadeiramente a todos”.

Francisco deixou uma saudação particular aos refugiados, que apresenta como “sinal” e “rosto” de esperança, apesar das dificuldades que enfrentaram.