Arquidiocese de Braga -

1 junho 2022

Jesuítas actualizam os seus casos de abuso em Espanha: 125 vítimas desde 1920

Fotografia DR

DACS com Vida Nueva Digital

A Companhia de Jesus apresentou o seu segundo relatório sobre o Sistema Ambiente Seguro, com um compromisso com a prevenção: 4.000 religiosos, trabalhadores e voluntários formados em “tolerância zero”.

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A Companhia de Jesus publicou o relatório sobre o Sistema de Ambiente Seguro (SAS) em Espanha em 2021. Na sua campanha contra o abuso, mais de 4.000 pessoas entre jesuítas ou funcionários e voluntários passaram por formações sobre este aspecto. Além disso, os números de vítimas por membros desta congregação foram actualizados, totalizando 84 crianças e 41 adultos entre 1920 e 2021.

De acordo com o relatório, em 2021, foram registadas 7 novas denúncias sobre Jesuítas. Três deles são acusados ​​de abuso de menores e quatro de abuso de adultos. Assim, desde o final da década de 1920 até ao presente, encontramos 68 jesuítas acusados ​​e 84 crianças vítimas. No caso de abuso de adultos, estamos a falar de 35 réus e 41 vítimas.

Uma novidade nesta edição (a segunda) é que foram incorporadas informações sobre casos referentes a pessoal leigo, bem como casos de abuso de menores. Houve 11 casos: sete são adultos-menores e os quatro restantes, abusos entre menores, embora apenas um dos casos tenha ocorrido em centros da Companhia.

 

4.000 pessoas em cursos de formação

A SAS actua em três âmbitos contra o abuso: Prevenção, Intervenção e Consciecialização. Durante o ano passado, o primeiro deles focou-se sobretudo na formação, com a participação de mais de 4.000 pessoas em cursos.

Além disso, os responsáveis ​​pelos Espaços de Escuta participaram no curso sobre abuso organizado anualmente pela Unidade de Intervenção Psicossocial da Universidade Comillas (UNINPSI), que inclui um módulo ministrado pela Universidade Gregoriana de Roma. T

ambém foram criados “mapas de risco” das instituições, que procuram identificar os riscos potenciais em cada obra em relação a todos os tipos de abuso.

 

Intervenção e Consciencialização

A fase de Intervenção inclui investigação e acompanhamento, bem como atendimento e resposta à pessoa que sofre o abuso e ao agressor.

Ao longo de 2021, trabalhou-se para oferecer às vítimas respostas adaptadas às suas necessidades, ouvindo e atendendo aos seus pedidos. Além da possibilidade de acolhimento nos Espaços de Escuta ou acesso a atendimento psicológico, entre outras medidas, novas respostas possíveis foram incorporadas como o protocolo de reparação, voltado para vítimas que não podem ter protecção legal porque os factos estão prescritos, ou porque o autor do mesmo morreu; ou justiça restaurativa, que pode incluir diferentes acções, como entrevistas com a vítima e acompanhamento do agressor para assumir a responsabilidade e, em alguns casos, um encontro final restaurativo e curativo entre vítima e agressor.

Durante 2021, quatro protocolos de reparação foram iniciados e cinco processos de justiça restaurativa foram realizados.

Em termos de Consciencialização, durante 2021, o site da SAS foi redesenhado para acomodar as novas respostas de Reparação e Justiça Restaurativa, além de outros avanços no sistema. No sector universitário (UNIJES), novos materiais foram divulgados e os núcleos criaram e divulgaram em conjunto um vídeo específico de consciencialização para os seus públicos.

Também têm sido organizadas conferências sobre questões relacionadas com a promoção do bom tratamento e cuidado da pessoa, como as relacionadas com as praxes em residências.

E, pelo segundo ano consecutivo, a Companhia associou-se ao 8 de Abril, Dia Mundial da Prevenção e Cura do Abuso Sexual Infantil, com o lançamento de uma campanha provincial nas redes sociais.

Artigo de Israel Duro, publicado em Vida Nueva Digital a 31 de Maio de 2022.