Arquidiocese de Braga -
6 outubro 2025
Bênção e Dedicação da Capela de Nossa Senhora do Amparo: um hino à comunhão, à fé e à paz

Paróquia São Tiago da Faia
Bênção e Dedicação da Capela de Nossa Senhora do Amparo: um hino à comunhão, à fé e à paz
A Comunidade Paroquial de São Tiago da Faia, em comunhão fraterna com as Comunidades de Arco de Baúlhe e Vila Nune, viveu um dos momentos mais significativos da sua história recente: a Bênção da Capela de Nossa Senhora do Amparo e a Dedicação do seu novo altar, numa celebração presidida por D. José Cordeiro, Arcebispo Primaz de Braga.
Num ambiente de profunda espiritualidade e alegria, o povo de Deus reuniu-se para testemunhar um gesto que ultrapassa a dimensão material da obra: um ato de comunhão, de fé viva e de esperança partilhada. A Capela, agora renovada, ergue-se como sinal da presença de Deus no meio do Seu povo, espaço de encontro e de oração, onde cada pedra e cada raio de luz contam uma história de entrega e amor.
A centralidade do altar: o coração da fé
A remodelação da Capela de Nossa Senhora do Amparo foi pensada em torno da centralidade do altar, símbolo por excelência da Eucaristia — o mistério maior da fé cristã.
O novo altar e ambão, obra do Atelier Amadeus, construídos a partir de raízes de oliveira, encerram uma simbologia de rara profundidade: aquilo que parecia inútil ou descartado ganha nova vida, tornando-se pedra angular. Tal como Cristo, que foi rejeitado e se tornou fundamento da fé, também estas raízes — testemunho da terra e do tempo — revelam a beleza que nasce da redenção”, explicou o Padre Rui Filipe Marques Araújo, Pároco de São Tiago da Faia.
Luz, cruz e ressurreição
No interior da Capela, o olhar é naturalmente atraído pelo Corpo de Luz, um elemento arquitetónico e espiritual que domina o espaço. Ali, uma cruz em suspensão recorda o mistério da Ressurreição, “lembrando-nos que a fé não se detém no Calvário, mas caminha para a vida nova que brota do túmulo vazio”.
D. José Cordeiro afirmou “não podemos ficar presos à dor do Calvário; somos chamados a viver o Ressuscitado, a luz que renasce de toda a sombra.”
“Esta cruz, que parece flutuar na luz, é uma metáfora da própria fé cristã: firme na sua origem, mas sempre aberta ao infinito, onde Deus habita e chama o homem à comunhão plena”, ressalta padre Rui.
A simbologia da luz
A iluminação foi desenhada para falar silenciosamente ao coração do crente. Cada foco de luz, cada jogo de sombra e brilho, evoca uma presença divina e comunitária.
Padre Rui destaca que “há uma luz tripla que remete à Santíssima Trindade, uma luz quádrupla em memória dos Evangelistas, e uma luz múltipla que simboliza os Apóstolos, chamados a ser portadores da Boa Nova. Neste ambiente luminoso, o crente é convidado não apenas a olhar, mas a entrar no mistério, a deixar-se tocar pela Beleza que é reflexo de Deus.”
Um grito à Paz e à comunhão entre todos
Para a comunidade a celebração foi mais do que um momento estético ou arquitetónico. Nas palavras do Arcebispo, inaugurar esta obra é um grito à Paz, uma resposta espiritual a um tempo marcado por conflitos, divisões e incertezas.
A Capela de Nossa Senhora do Amparo torna-se, assim, uma igreja de reconciliação, um apelo à fraternidade e à solidariedade, um lugar onde cada oração se eleva como semente de esperança no coração do mundo.
A comunidade paroquial lembra que nada disto seria possível sem o esforço conjunto de todos: trabalhadores, artistas, técnicos e fiéis, que colocaram o seu talento, tempo e fé ao serviço desta causa comum.
“Cada gesto, cada pincelada, cada pedra colocada foi um ato de amor e pertença. Por isso, mais do que uma obra física, esta Capela é uma obra espiritual e comunitária, testemunho vivo de que a fé, quando partilhada, transforma tudo o que toca”, concluiu o pároco.
Em cada celebração, em cada oração, em cada olhar que se eleva ao Céu dentro deste espaço renovado, ressoa agora o mesmo convite: “Vive o Ressuscitado. Sê luz. Sê paz.”
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