Arquidiocese de Braga -

A Carta das Religiões de Braga, apresentada ontem no Museu dos Biscainhos, elenca a presença de cerca de 140 comunidades existentes na Cidade dos Arcebispos.

Aos jornalistas, o coordenador do estudo, Marcos Bazmandegan, explicou que, da totalidade das comunidades enlencadas,  a maioria são católicas, havendo um outro grande grupo de protestantes e evangélicas. «Portanto, o cristianismo, já plural, é a esmagadora maioria. Ainda dentro do mundo cristão temos também uma comunidade ortodoxa. Temos outras comunidades não cristãs, como uma comunidade islâmica, uma hindu e uma bahá’í», acrescentou falando à margem da cerimónia. 

A Carta das Religiões de Braga foi apresentada publicamente e resulta de um estudo elaborado e corrdenado por Marcos Bazmandegan e Jorge Santos, do Departamento da Ciência das Religiões, da Universidade Lusófona. Este trabalho já foi realizado em Odivelas e no Porto, sendo considerado inovador. Para Marcos Bazmandegan, o número que mais o surpreendeu foi o crescimento de igrejas evangélicas, em grande parte relacionada com a emigração de brasileiros. «Esta emigração brasileira para a cidade traz consigo estas igrejas que têm um papel fundamental porque acabam por ser uma espécie de família de acolhimento de muitas destas pessoas que chegam aqui a Braga e encontram nestas comunidades um centro cultural, religioso e social, onde convivem com outras pessoas da sua cultura e encontram possibilidades de se integrarem melhor na sociedade», disse.

O padre João Torres, responsável por duas edições da “Aldeia das Religiões”, em Priscos, considerou que esta carta nasce «como marco de caminho de diálogo interreligioso e um compromisso pela paz, pela dignidade humana e pela construção de uma cidade mais justa, mais solidária e mais fraterna». 

O sacerdote sublinhou que a “Aldeia das Religiões” mostrou que, «quando partilhamos temos mais respeito pelo sagrado, pela fé, pelo acolhimento». «E isto é resultado também da comunhão, da vida, de termos reunido pessoas de cerca de 40 confissões religiosas na última edição, em que cada um partilhou a sua doutrina, a sua forma de rezar, mas também, ao mesmo tempo, partilharam uns com os outros que é possível nós estarmos juntos nas diferenças e respeitar-nos uns aos outros», acrescentou. 

Para a vereadora da Câmara de Braga, Carla Sepúlveda, estes resultados «foram uma grande surpresa», mas também um «passo importante para, com todos os líderes religiosos, poder fazer um trabalho de estreitar laços e realizar políticas mais abrangentes».