Arquidiocese de Braga -
27 setembro 2022
Estados Unidos podem deixar de ter maioria cristã em 2070
DACS com Vida Nueva Digital
Actualmente, 64% das pessoas dizem que são cristãs, de acordo com um novo estudo do “Pew Research Center”.
Em entrevista ao Christianity Today, Stephanie Kramer, investigadora do Pew, explica que, embora um renascimento religioso nos Estados Unidos não esteja descartado, devido à constante tendência do país de se afastar da filiação religiosa, os especialistas não observam sinais demográficos que possam indicar uma onda próxima de conversões.
De acordo com a informação com que conta o Pew, com base em 50 anos de investigação e o último estudo aplicado a 15.000 adultos em 2019, a tendência actual é inexorável: as pessoas estão a renunciar ao cristianismo e continuarão a fazê-lo, embora não seja claro o quão rápido e até onde esta situação irá.
Mudança irá acontecer em 50 anos
No novo estudo, publicado a 13 de Setembro, o Pew projecta que será em 2070 que os cristãos provavelmente irão constituir menos de metade da população dos Estados Unidos.
Actualmente – de acordo com o instituto – 64% das pessoas dizem-se cristãs, mas quase um terço das pessoas criadas como tal acabam a mudar para “nenhuma” ou “nada em particular”, enquanto apenas cerca de 20% das pessoas criadas sem religião se tornam Cristãs.
Se esta taxa de mudança continuar a um ritmo constante, explica o Pew, então em cerca de meio século, apenas cerca de 46% dos americanos se irão identificar como cristãos.
Aumento de não-cristãos
Por outro lado, especialistas projectam que as religiões não-cristãs em geral duplicarão nos Estados Unidos até 2070, principalmente ao terem e criarem filhos na religião, e uma mudança dramática, de acordo com o Pew, irá chegar com aqueles que dizem não ter uma identidade religiosa, que registará um aumento significativo.
A principal razão é os cristãos decidirem deixar a sua religião, o que acontece principalmente com pessoas entre os 15 e os 29 anos, segundo o relatório, com mais 7% de cristãos a desfiliarem-se da fé após os 30 anos.
Kramer assinala: “As mudanças têm acontecido de forma constante, o que não acontecia (…) acontecia era encontrar alguém e, se o seu pai e a sua mãe fossem cristãos, então essas pessoas também seriam. Isso já não é sempre verdade. Para cerca de um terço das pessoas, isso já não é verdade”.
Por fim, a investigadora considera que não está descartada a possibilidade de que alguns eventos fora do modelo – como guerra, depressão económica, crise climática, mudanças nos padrões de imigração ou inovação religiosa – possam reverter as tendências actuais de mudança religiosa; no entanto, acrescenta, simplesmente não há nada nos dados actuais que indique que isto irá acontecer.
Artigo de Miroslava López, publicado em Vida Nueva Digital a 27 de Setembro de 2022.
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